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sábado, 27 de julho de 2024

Otimização de recursos é foco para sustentabilidade na produção agropecuária em MS

Pecuária e silvicultura são exemplos de manejo consciente no Estado

Essencial, a consciência ambiental tem transformado a realidade do setor agropecuário em Mato Grosso do Sul, que através da otimização de recursos naturais e uso da tecnologia está tornando a atividade cada vez mais sustentável. Exemplo de técnicas conscientes produtores rurais se destacam na prática.

Representando a pecuária de corte, atividade que atualmente conta com cerca de 17,7 milhões de cabeças de gado no Estado, o produtor rural Israel Pereira Vieira, uniu a evolução das atividades  à conservação do meio ambiente ao identificar três nascentes em sua propriedade localizada no município de Sidrolândia. “O sonho de quase todo produtor é aumentar a sua produtividade. Mas temos que aumentar a produtividade respeitando a natureza”, ressalta.

Por meio do trabalho técnico do Senar de Mato Grosso do Sul, os cuidados necessários com a água foram conduzidos de formas adequadas utilizando técnicas do Programa de Proteção de Nascentes. “O primeiro passo é a identificação da nascente, onde nós identificamos a topografia, camada vegetativa, também se houve alguma intercorrência por ação humana ou de forma natural no local”, explica o técnico de campo, Lucas Lupato.

O especialista detalha que também foi realizada a construção de cercas para proteger a nascente dos bovinos, mas mantendo o acesso livre aos animais silvestres e ainda a remoção de lixo e de plantas invasoras.

Com a instrução técnica e a prioridade dada à preservação de uma fonte de água limpa, Israel Pereira pôde adentrar a um dos segmentos turísticos que mais crescem no país, o turismo rural. “Aqui nós fazemos trilha com agendamento prévio e limite de público”, conta o empresário.

O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo, Corguinho (SRCG), Alessandro Coelho complementa destacando a importância das práticas. “Tratar com responsabilidade água e recursos naturais no agronegócio é uma imensa responsabilidade. Práticas sustentáveis asseguram a viabilidade a longo prazo do setor agrícola. É assim que unimos a produtividade e criamos o desenvolvimento sustentável do nosso setor”, corrobora.

Diante de diversas áreas já degradadas a recuperação de nascentes aparece como uma importante estratégia para restaurar a potência dos ecossistemas naturais e produtivos, sendo estes os locais onde o curso d’água se inicia devido ao afloramento do lençol freático, podendo dar origem a rios, represas e córregos.

Por esse motivo, são áreas de inestimável valor ambiental, social e cultural, devendo ser preservadas e, quando necessário, recuperadas.

Classificação das nascentes

As nascentes podem ser classificadas de acordo com o regime d’água em:

  • Perenes: são aquelas em que o fluxo d’água é constante;
  • Temporárias: nelas, o fluxo d’água ocorre apenas na estação chuvosa;
  • Efêmeras: são aquelas que surgem após uma chuva e depois secam.


Ou de acordo com o tipo de reservatório:

  • De encosta ou pontuais: caracterizam-se pelo fluxo d’água apenas em um ponto do terreno;
  • Difusas: são nascentes que apresentam diversos olhos d’água.


As nascentes também podem ser classificadas por:

  • De vale:encontradas nas depressões de terrenos, a partir de água do lençol freático;
  • De encosta: surge de bolsões de água do solo;
  • De contato: sua água nasce do lençol freático devido a falhas geológicas.


De acordo com o Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651/2012), o entorno das nascentes é considerado uma APP (Área de Preservação Permanente) e deve ser preservado em um raio mínimo de 50 metros.

As APPs são áreas legalmente resguardadas da ação do homem para que seus recursos naturais sejam preservados. Dessa forma, as nascentes são consideradas APPs hídricas e, por isso, precisam ter sua mata ciliar protegida. Por mata ciliar entende-se toda a formação vegetal que ocorre ao longo do curso d’água.

PECUÁRIA

Ainda dentro do âmbito da pecuária, o manejo de gado no Pantanal é outra forma sustentável que assume um papel essencial no trabalho árduo de recuperação ambiental. A conversão da biomassa em proteína animal é um dos processos que contribui para a produção de alimentos de alta qualidade.

Ao invés da vegetação ser queimada pelo fogo, ela é “queimada” no rúmen do animal, passando por um processo de fermentação que resulta em carne. Além dos benefícios diretos para a vegetação, a pecuária no Pantanal tem um impacto ambiental relativamente pequeno sobre outras espécies da fauna local, mantendo a riqueza genética e a diversidade das espécies pantaneiras.

Tanto que o pantanal é considerado um “Santuário Ecológico”, pois abriga espécies da fauna de todos os biomas vizinhos, e que ali encontram-se protegidas da extinção. A legislação atual, que inclui o Código Florestal e a nova lei do Pantanal, impõe limites claros para a preservação das áreas florestais e campos nativos, garantindo a conservação da biodiversidade.

Otimização de recursos é foco para sustentabilidade na produção agropecuária em MS
Foto: Edemir Rodrigues

FLORESTAS

Potência no setor de florestas plantadas com cerca de 1,3 bilhão de hectares no Estado, a atividade também é amiga do meio ambiente ao desenvolver ações que atuam em favor da natureza. Modelo da otimização, o trabalho desenvolvido no viveiro de mudas da  MS Florestal,  pertencente ao grupo RGE, no município de Água Clara tem rendido bons resultados.

Com um investimento de R$100 milhões na produção de mudas de eucalipto, o viveiro conta com uma área de 110 mil metros quadrados que conta com o auxílio da tecnologia, onde é realizada a gestão de controle e uso da água.

Para isso são utilizados softwares que ajudam na tomada de decisão para quantidade de irrigação necessárias, evitando desperdício e realizando a irrigação somente no melhor momento para as mudas; sistema de captação da água de irrigação para reutilizaçã.

Também são utilizados  painéis fotovoltaicos para produção de energia limpa para operação do viveiro; controle automatizado das estruturas físicas que suportam a produção de mudas: telhados retrateis melhoram a eficiência do viveiro, menor uso de recursos naturais (água) e menor uso de produtos químicos (fertilizantes).

Gerente interino do Viveiro MS Florestal, Maurício Prieto acrescenta que esse é o tipo de investimento que permite garantir a otimização do uso dos recursos naturais nas operações da empresa.

“Na gestão florestal moderna, a adoção de tecnologias avançadas e o uso de energias renováveis refletem nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável.Estamos comprometidos em liderar pelo exemplo, promovendo práticas sustentáveis desde o viveiro”, conclui Prieto.

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