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quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Integrante do PCC é condenado a 21 anos por atentado contra policial penal

Crime ocorreu em 2016 em Naviraí e acusado foi julgado em Dourados

F.N.S., 33, conhecido como “Pitbull”, foi condenado a 21 anos, 5 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado, durante julgamento nesta quinta-feira (28), em júri que durou 10 horas no Fórum de Dourados. O réu foi considerado culpado pela tentativa de homicídio que deixou o policial penal Enderson Antônio Bogas Severi paraplégico. O crime ocorreu em 2016, em Naviraí.

Conforme os autos processuais, o júri reconheceu que F. foi um dos atiradores que dispararam contra Severi, em uma ação coordenada por integrantes do PCC. A decisão também apontou agravantes como premeditação e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Na tentativa de assassinato, Severi sofreu lesões graves que resultaram em paraplegia permanente.

A defesa de F. alegou insuficiência de provas e negou sua participação nos disparos. Durante o julgamento, sustentou que a identificação do réu foi baseada em informações contraditórias e apontou que não havia evidências concretas de que ele estivesse no local do crime. Além disso, pleiteou a absolvição e, subsidiariamente, uma redução significativa da pena.

Já o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, que conduziu a acusação, argumentou que havia sim elementos robustos para comprovar a autoria do réu, incluindo depoimentos de testemunhas e provas coletadas durante a investigação. A promotoria destacou o planejamento detalhado do crime e o vínculo de F. com o PCC, que ordenou o ataque como retaliação contra agentes do sistema penitenciário.

O julgamento encerra o processo contra os envolvidos no atentado ocorrido em 31 de agosto de 2016, em Naviraí. A investigação policial revelou que a ordem para assassinar Severi foi dada durante o chamado “salve geral”, iniciado após rebelião liderada pela facção na Penitenciária de Segurança Máxima da cidade.

Quando seguia para o trabalho de carro pela Avenida Ponta Porã, o policial foi cercado por quatro homens em duas motos e ferido com quatro tiros. Os ferimentos ocasionaram traumatismo raquimedular, com lesão de vértebra dorsal e consequente paraplegia permanente. Atualmente aposentado, ele usa cadeiras de rodas e andador para se locomover.

Outros cinco envolvidos no crime já foram condenados: E.D.S.B., 30, o “P.”, foi condenado a 14 anos, 11 meses e 15 dias de reclusão; C.P.B., 34, foi sentenciado a 18 anos, 1 mês e 15 dias de prisão; J.C.d.S.R., 31, o “P.”, também foi condenado a 18 anos, 1 mês e 15 dias; L.S.P., 28, o “M.”, a 12 anos, 10 meses e 15 dias de prisão.

Apesar da sentença em regime inicial fechado, ganharam o direito de recorrer em liberdade.

C.F.d.S., 37, conhecido como “B.” e “T.”, foi sentenciado a 22 anos, 4 meses e 20 dias de reclusão. O julgamento dele ocorreu em fevereiro de 2022, também em Dourados. Segundo a denúncia do Ministério Público, apresentada com base na investigação da Polícia Civil, C. e F. foram os autores dos tiros. E. e L. pilotaram as motos. C. e J.C. emprestaram as armas do crime.

L.P. e C.S. estão recolhidos na PED. C.B. é monitorado por tornozeleira eletrônica desde 27 de junho de 2022. E.B. e J.C. seguem em liberdade desde fevereiro de 2020.

Fonte: Dourados Informa

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