A condenação a 40 anos de prisão de professor em Nioaque foi por assédio a 13 vítimas, sendo 12 alunas e um aluno, a maioria menor de 14 anos. A condenação também determinou perda do cargo do professor e pagamento de indenização de R$ 5 mil a cada vítima por danos morais.
Nos depoimentos, colhidos pela promotoria e nas audiências judiciais, mães relataram a tentativa da direção escolar de evitar a formulação de denúncias í polícia, sob pretexto de que a providáncia geraria exposição das adolescentes, âmas que não resultaria em qualquer consequáncia para o educador denunciadoâ.
Abuso e duplo sentido
A investigação verificou a prática do professor de constranger e abusar sexualmente de alunas por meio de investidas com finalidade sexual, incluindo conceder notas incompatíveis com fim de angariar correspondáncia sexual por parte delas, além de condutas mais graves, tipificadas como estupro de vulnerável, decorrentes da prática de atos libidinosos.
As pessoas que prestaram depoimento ainda citaram ser de amplo conhecimento que o professor usava vocabulário constrangedor na sala de aula: palavrões e termos chulos, com duplo sentido e viés sexual. Inclusive com a exposição de alunas do gánero feminino í condição de suas parceiras sexuais, publicamente e a pretexto de brincadeira.
Diferente do normal
Uma das estudantes narrou que em certa ocasião o acusado âpassou a mãoâ em seu corpo, na volta do intervalo para o lanche, e sua colega de escola comprovou a situação. Depois disso, ela conta que o professor passou a importuná-la, sempre convidando para tomar tereré.
A aluna relatou ainda que o professor beijava-a e abraça-a de modo muito diferente do normal. Outra vítima contou que o professor tentou beijá-la. âEle chegou perto de mim e eu virei o rosto e saíâ, disse.
O professor foi denunciado por crimes de corrupção de menores, assédio sexual, estupro de vulnerável, importunação í s vítimas em lugar público, de modo ofensivo ao pudor, além de constranger as adolescentes para obter favorecimento sexual, prevalecendo-se da condição de superior hierárquico. O homem nega ter cometidos os crimes.
Diretor denunciado
A promotoria também denunciou o diretor da escola onde o professor lecionava por improbidade administrativa. A ação civil pública questiona a omissão da direção da escola que não comunicou os fatos í s autoridades competentes, como a polícia, Ministério Público e Conselho Tutelar.
O Campo Grande News entrou em contato com o diretor, que permanece no comando da escola. Ele não quis comentar a denúncia. A SED (Secretaria Estadual de Educação) informa que abriu processo administrativo em 2018 para o afastamento do profissional.
âApós o levantamento das medidas adotadas, vale destacar que nenhum procedimento indevido foi relatado, uma vez que o diretor da unidade escolar informou, primeiramente í SED, todas as denúncias recebidas. Por sua vez, a Secretaria encaminha essas informações para os órgãos responsáveis pela investigação, a fim de auxiliar na elucidação dos procedimentoâ.
Fonte: Campo Grande News
2019-06-15 08:45:00