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Morre Paul Allen, cofundador da Microsoft, aos 65 anos

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Ele criou a empresa junto com Bill Gates e lutava contra um câncer. Um dos mais ricos do mundo, Allen financiava projetos filantrópicos e era dono de times de basquete e futebol americano.

Paul Allen, cofundador da Microsoft, morreu nesta segunda-feira (15), nos Estados Unidos, aos 65 anos. Há duas semanas ele tinha anunciado, no Twitter, que tornava a lutar contra um linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer.

Allen ajudou a fundar a Microsoft em 1975 com Bill Gates e saiu em 1983, quando foi diagnosticado com câncer pela primeira vez e fez um tratamento bem sucedido.

Em 1986, ele criou uma empresa chamada Vulcan, para investir em projetos filantrópicos e estudos em diversas áreas.

Allen já tinha afirmado que deixaria a maior parte de sua fortuna para caridade. Segundo a revista ;Forbes;, o empreendedor, que tinha uma fortuna avaliada em US$ 21,7 bilhões, era a 44ª pessoa mais rica do mundo.


O computador pessoal não existiria sem ele, disse Bill Gates, em um comunicado em que descreveu Allen como um de seus amigos mais antigos e mais queridos.


;Estou com o coração partido;, escreveu (veja o comunicado na í­ntegra ao final desta reportagem). ;Desde o começo juntos, na Lakeside School, passando pela nossa parceria na criação da Microsoft até alguns projetos de filantropia que fizemos juntos ao longo desses anos, Paul foi um parceiro verdadeiro e amigo querido.;

A longa amizade entre eles também teve controvérsias. Em 2011, trechos de uma futura biografia de Allen relevaram que ele acusou Bill Gates de tentar comprar sua participação na companhia a preço de barganha.

Ele afirmou ter recebido posteriormente pedidos de desculpas de Gates e do ex-CEO da Microsoft, Steve Ballmer, sobre o incidente.

Em 2013, Allen e Gates recriaram a foto clássica em que aparecem rodeados de computadores, de 1983, ano em que licenciaram o sistema MS-DOS para a IBM. Eles refizeram a pose durante visita de Gates ao museu Computer Living, fundado por Allen em Seattle.

Paul Allen e Bill Gates, fundadores da Microsoft, recriaram clássica foto de 1981 em 2013 — Foto: Reprodução/Twitter

;Ele merecia ter muito mais tempo, mas suas contribuições para o mundo de tecnologia e da filantropia viverão por gerações;, completou Gates.


Nova batalha

Após vencer a primeira batalha contra o câncer nos anos 80, Allen anunciou em 2009 que estava tratando de um novo câncer, agora um linfoma não-Hodgkin, que se origina no sistema linfático, que é a rede do corpo para o combate de doenças.

No último dia 1º, Allen postou em seu perfil no Twitter que o câncer tinha voltado.

;Soube recentemente que o linfoma não-Hodgkin que eu combati em 2009 retornou. Comecei o tratamento e meus médicos estão otimistas de que teremos um bom resultado. Agradeço o apoio que tenho recebido e conto com ele enquanto luto contra este desafio;, escreveu.


Do espaço aos esportes

Allen patrocinou iniciativas em diversas áreas. Um dos projetos mais recentes é o Strato­launch, que pretende ser o avião com a maior envergadura já criado, para substituir os ônibus espaciais.

O bilionário também investia em esportes e era dono do Seattle Seahawks, da liga profissional de futebol americano (NFL), do time de basquete da NBA Portland Trailblazers, e era sócio minoritário do Seattle Sounders, de futebol.

Além disso, Allen amava a música e tocava guitarra.


Repercussão

;Meu irmão foi um sujeito notável em todos os ní­veis. Enquanto a maioria conhecia Paul Allen como um especialista em tecnologia e filantropo, para nós, ele era um irmão e tio amado, e um amigo excepcional;, disse Jody Allen, cofundadora da Vulcan.

;Nossa indústria perdeu um pioneiro e nosso mundo perdeu uma grande força para o bem;, postou Tim Cook, presidente-executivo da Apple.

Bill Gates, em comunicado:

Eu estou de coração partido pela ida de um dos meus mais antigos e mais queridos amigos. Desde os nossos primeiros dias juntos, na Escola Lakeside, passando pela nossa parceria para criar a Microsoft, até alguns de nossos projetos filantrópicos através dos anos, Paul foi um verdadeiro parceiro e um querido amigo. O computador pessoal não teria existido sem ele.

Mas Paul não se contentou com criar uma única companhia. Ele canalizou seu intelecto e paixão em um segundo ato, focado em melhorar a vida das pessoas e fortalecer comunidades em Seattle e ao redor do mundo. Ele era conhecido por dizer que ;se algo tem o potencial de fazer o bem, então nós deverí­amos fazer isso;. Esse era o tipo de pessoa que ele era.

Paul amava a vida e aqueles ao redor dele, e todos nós amávamos ele de volta. Ele merecia muito mais tempo, mas suas contribuições para o mundo da tecnologia e filantropia vão viver nas gerações por vir. Eu sentirei saudades tremendas.

Fonte: G1

2018-10-16 18:42:48

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