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Assomasul se manifesta contrária à proposta do governo de extinguir municípios

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A ideia do Palácio do Planalto de extinguir municí­pios com menos de 5 mil habitantes que tenham arrecadação própria menor que 10% da receita total foi criticada por entidades que representam os prefeitos.

O presidente da Assomasul (Associação dos Municí­pios de Mato Grosso do Sul), Pedro Caravina, por exemplo, se manifestou contrário a proposta, observando que os municí­pios brasileiros são responsáveis pela produção e o governo federal apenas arrecada.

Além de vá exagero na proposta, Caravina sugere uma ampla mobilização dos gestores na tentativa de convencer os parlamentares a abortar esse item do texto encaminhado ao Congresso Nacional pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes (Economia).

Em Mato Grosso do Sul, pelo menos cinco municí­pios tám população inferior í  5 mil habitantes, são os casos de Figueirão, Jateí­, Novo Horizonte do Sul, Rio Negro e Taquarussu.

Pela proposta do governo, caso tenham arrecadação própria inferior a 10% da receita total serão incorporados pelos municí­pios vizinhos, conforme a PEC (Proposta de Emenda í  Constituição) do Pacto Federativo, criticada por Caravina e gestores públicos de todo o paí­s.

Integrante do Conselho Polí­tico da CNM (Confederação Nacional de Municí­pios), Caravina prevá que a fusão de municí­pios não deva passar no Congresso Nacional, por entender que essa questão não se sustenta politicamente, principalmente num ano eleitoral.

Para o presidente da Assomasul, o governo enviou a proposta ao Congresso Nacional sem ao menos conversar com os gestores, representados pela Confederação Nacional de Municí­pios.

O dirigente participou na segunda-feira (4) de reunião do Conselho Polí­tico da CNM, onde discutiram várias matérias de interesse dos municí­pios em tramitação no Congresso.

Na terça (5), Caravina participou da cerimônia de abertura do Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária, organizada pela entidade municipalista, que termina nesta quinta-feira (7), juntamente com a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

EQUíVOCO

Nessa mesma linha de raciocí­nio, o presidente da CNM, Glademir Aroldi, afirmou minutos depois de o texto chegar ao Congresso que o governo se equí­voca ao afirmar que os recursos repassados aos municí­pios como parte da arrecadação de IPI (Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industriais), por exemplo, não são receitas próprias.

;Transferáncia obrigatória constitucional não é arrecadação própria? A competáncia de arrecadação é da União, mas a Constituição diz que parte (do recurso) é do municí­pio. Os municí­pios produzem, e quem arrecada nas costas deles são os Estados e a União;, disparou.

Ocorre, segundo ele, que se for computada como arrecadação própria apenas as receitas com IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis) e ISS (Imposto sobre Serviços), praticamente nenhum municí­pio com até 5.000 habitantes poderá continuar existindo.

Para ele, a Constituição deu a competáncia da arrecadação de impostos urbanos aos municí­pios, mas a maioria tem pequena área urbana.

;Os municí­pios não tám espaço para aumentar a arrecadação desses trás tributos. Então vamos fechar todas as propriedades rurais e vai todo mundo viver nas capitais;, esbravejou o presidente da CNM.

Fonte: EnfoqueMS

2019-11-06 15:28:00

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