O esquema de troca de carros roubados em Santa Catarina por drogas na região de fronteira do Paraguai e Brasil, via Mato Grosso do Sul foi organizado a partir do presídio de Naviraí. O grupo, ligado ao PGC (Primeiro Grupo Catarinense) fazia remessa de 200 a 300 quilos de maconha por veículo negociado.
A Operação Sistema, desencadeada na terça-feira (27) pela Polícia Civil de Santa Catarina, cumpriu 19 dos 20 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão. Dos presos, 5 estavam em Mato Grosso do Sul, responsáveis pelo âmeio de campoâ, da negociação dos veículos roubados na Grande Florianópolis por drogas na região de fronteira. Esses mandados foram cumpridos em Mundo Novo e Naviraí.
O delegado Cláudio Monteiro disse que a investigação foi iniciada em 2019, quando o preso que seria o âcabeçaâ do esquema, integrante do PGC estava no presídio de Naviraí e se associou a outros criminosos. Essa liderança não teve o nome divulgado, mas tem passagens por homicídio, latrocínio, roubo e tráfico de drogas.
Esse preso, depois que passou por Naviraí, foi recambiado para presídio em Santa Catarina, onde o mandado de prisão foi cumprido na Operação Sistema. Também foram detidos a esposa, o filho e o primo desse detento, todos em SC.
No esquema, o carro roubado era transportado para MS, em viagens feitas pelos bandidos em dois veículos. Na volta, a droga, podendo ser maconha e crack, era levada para abastecer os pontos de venda de Santa Catarina. Na investigação, a polícia flagrou um dos roubos, em abril de 2019, no campus da Universidade Federal.
Segundo Monteiro, o tráfico principal era de maconha, mas, também havia transporte de crack. Dependendo do modelo do veículo, a troca valia de 200 a 300 quilos de droga.
O delegado não comentou sobre a atuação do PGC em Mato Grosso do Sul, área de notória presença de outras duas facções, o PCC (Primeiro Comando da Capital) e do CV (Comando Vermelho). Porém, há pelo menos 10 anos, a facção do sul do país atua na região, com âideologiaâ semelhante ao PCC.
O delegado explica que o PGC atua, essencialmente, na Grande Florianópolis, mas, também, âem alguns pontos de Mato Grosso do Sulâ. A facção tem histórico de conflitos com PCC, por ser resistáncia í entrada deles na região de SC.
Aqui em MS, o PGC chegou por meio de Nelson de Lima, 46 anos, o âSetentaâ, natural de Canoinhas (SC), considerado um dos fundadores da facção. O PGC foi criado em 2001, na chamada Ala Máxima da Penitenciária de Florianópolis. âSetentaâ já passou por diversos presídios de MS e há 2 anos, segundo apurou a reportagem, está na Penitenciária Estadual de Dourados.
Fonte: Tá na Mídia Naviraí
2020-10-29 09:52:00