Amambai passou de uma para quatro, assim como em Sidrolândia e Coronel Sapucaia.
Dos 19 vereadores eleitos e reeleitos que irão compor a Câmara Municipal de Dourados entre 1 de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2024, apenas trás são mulheres. A Casa de Leis será representada basicamente por homens (16 no total). O que já acontece na atual legislatura, tendo Daniela Hall (PSD), a única eleita vereadora titular em 2016.
Além de Daniela, que foi reeleita, vão ocupar as cadeiras do legislativo, a partir do ano que vem, a jornalista Lia Nogueira (PP), e a assistente social Liandra da Saúde, do PTB.
Ao O PROGRESSO, a vereadora Daniela Hall, que também foi uma das poucas legisladoras a presidir o Legislativo Municipal, ao longo da história, disse que as mulheres encontraram muitas barreiras na política. âCrescemos sendo ensinadas a pensar que esse não é um lugar para nós e por esse motivo, muitas ainda acreditam e geram uma expectativa de que esses cargos devem ser ocupados por homensâ, destaca.
Para a vereadora, muitas são as barreiras que as mulheres enfrentam para conseguir espaço na política, mas há avanços nos últimos anos. âSabemos que há muito o que ser feito, principalmente vencer a barreira do machismo que está enraizada na sociedade, mas temos que encarar o problema e discutir caminhos para vencer essa dificuldade. í importante que as mulheres possam reconhecer o seu processo e importância no cenário político, especialmente local. Somente elas podem entender as suas demandas e contribuir para a melhoria na qualidade de vida feminina em âmbito municipal, estadual e federalâ, acrescenta.
Em entrevista ao O PROGRESSO Lia Nogueira cita que o cenário mudou em relação í s mulheres, já que foi a primeira vez que o maior colégio eleitoral do interior de Mato Grosso do Sul elegeu trás vereadoras. âVejo que o cenário mudou em relação í s mulheres, tivemos pela primeira vez na história de Dourados uma eleição com trás mulheres no legislativo. Isso é uma conquistaâ.
Porém, pontua que a participação feminina na política precisa crescer, levando em conta que entre os eleitores, as mulheres são maioria. Em Dourados, por exemplo, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, dos 164.395 eleitores considerados aptos a votar, 87.660 (53,3%) são mulheres.
âA participação feminina na política ainda precisa ser maior. Somos maioria entre os eleitores, mas nosso espaço efetivo na política ainda é pequeno. Ainda falta sim o protagonismo feminino na política, mas acredito que este cenário pode mudar daqui para frenteâ, avalia.
Questionada se considera a política um ambiente ainda predominada por homens, Lia afirma que a mulher vem ocupando mais espaço em cargos e trabalhos antes ocupadas apenas por homens, e que há espaço para ambos os sexos. âCada vez mais mulheres tám assumido funções, até então dominadas pelos homens. A política é um ambiente onde há espaço para homens e mulheres, cabe a nós assumirmos esse protagonismoâ, conclui.
Liandra da Saúde
Sendo a segunda vereadora mais votada, Liandra enxerga mudança na representatividade feminina quando o assunto é política, porém ressalta que, âtalvez [falte] o interesse do eleitorado feminino em eleger suas representantes, pois os dados apontam que a maioria do eleitorado no país é composto por mulheres: 52,49%, segundo o último Censoâ.
Para a assistente social, que mora em Dourados há 25 anos e há 13 trabalha na área da saúde, apesar de serem minoria, as mulheres eleitas para a Câmara Municipal terão a oportunidade de buscar novas políticas públicas voltadas para a população feminina.
âEstaremos representadas por trás vereadoras na Câmara Municipal a partir do dia 1º de janeiro e vejo uma grande oportunidade de buscarmos juntas com os demais 16 vereadores, projetos e propostas de novas políticas públicas voltadas para as mulheres. Acredito que já avançamos muito, mas sempre podemos mais.
Em MS, 5 mulheres ocupam prefeituras e 164 as Câmaras
Em Mato Grosso do Sul, a partir de 1 de janeiro de 2021, cinco prefeituras terão mulheres no comando até 31 de dezembro de 2024, número é 28,5% menor que o pleito de 2016, quando sete [mulheres] foram eleitas para comandar o Executivo.
Já nas Câmara Municipais, serão 164, número 58% maior se comparado com aquele ano, quando foram eleitas 110 mulheres.
A prefeita mais votada foi em Fátima do Sul, sendo Ilda Machado (PSD) que conquistou 7.027 votos (60,18% dos votos válidos).
A segunda foi a prefeita de Corguinho Marcela Ribeiro Lopes (PSDB), eleita com 1.856 votos (59,01% dos votos válidos).
Gerolina (PSD) foi eleita em ígua Clara, com 3.605 votos (42,25% dos votos válidos). Em Naviraí, Rhaiza Matos (PSDB) teve 8.873 votos (36,49% dos votos válidos) e em Jardim a Drª Clediane (MDB) com 4.608 votos (37,08% dos votos válidos).
Já nas Casas de Leis, Trás Lagoas elegeu cinco vereadoras, Amambai passou de uma para quatro, assim como em Sidrolândia e Coronel Sapucaia.
Dos 79 municípios do Estado, apenas seis Câmaras não terão nenhuma vereadora na próxima legislatura, são eles: Aquidauana, Batayporã, Camapuã, Maracaju, Pedro Gomes e Sete Quedas.
A Subsecretária de Estado de Políticas Públicas para Mulheres, Luciana Azambuja, um dos motivos para o aumento expressivo do número de mulheres eleitas é o trabalho de conscientização.
âUm dos eixos de atuação da Subsecretaria é o fortalecimento e participação das mulheres nos espaços de poder e decisão, temos buscado atuar de forma suprapartidária em todas as nossas ações, o resultado nas urnas reflete um anseio da população por maior representatividade na política e as mulheres a cada dia tem conquistado seu espaço e temos sim que comemorar esse aumento de vereadoras nos parlamentos municipaisâ, ponderou.
Fonte: Progresso
2020-11-24 09:03:00