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Apoio governamental e assistência técnica vão alavancar Ovinocaprinocultura no MS

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Ovinocultura em pauta no primeiro encontro do ano realizado na Embrapa Gado de Corte, com presença dos membros da Câmara Setorial Consultiva da Ovinocaprinocultura, que tem como coordenador Fernando Reis, pesquisador do Núcleo Centro-Oeste da Embrapa Caprinos e Ovinos, sediado na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande. A reunião ocorreu nas instalações do Centro de Exceláncia em Bovinocultura de Corte – SENAR/MS, com a participação da Diretora Técnica Mariana Adalgiza Gilberti Urt e sua equipe com atuação no programa de Assistáncia Técnica e Gerencial – ATeG Ovinocultura.

Na oportunidade foram discutidos os gargalos do setor, o programa governamental de incentivo e a necessidade de sua atualização, e apresentado ao grupo o novo Secretário Executivo da Câmara, o médico veterinário Marcio Henrique Boza, recém empossado como Gestor de Ovinocaprinocultura na Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar – SEMAGRO, e que já trabalha num minucioso levantamento de dados do setor para sua total interação e melhor aproveitamento do encontro.

Considerando seu especial interesse na Ovinocaprinocultura desde a sua formação universitária, os trabalhos que realizou no Estado de Santa Catarina, no Sindicato Rural de Chapecó e em seguida no Sebrae daquele Estado, foram nas áreas de análise de gestão e ainda como instrutor e consultor daquele órgão por 11 anos – atendendo micro e pequenas empresas ligadas ao agro. Marcio assumiu o cargo na Secretaria, na pasta comandada pelo Superintendente Rogério Beretta e coordenada por Marivaldo Miranda, dois incentivadores do desenvolvimento da ovinocaprinocultura no Estado, com a missão de trazer maior dinamismo para as atividades voltadas para o setor.

Para Beretta, a chegada de Marcio oxigena as ideias, traz nova dinâmica para busca de soluções para as demandas da Ovinocaprinocultura de Mato Grosso do Sul, que tem 3 polos de produção: Central, Sul fronteira e Nordeste.

Marivaldo acredita que a evolução conquistada até aqui através das ações da Câmara, em especial com a instalação da PDOA (Propriedade de descanso de ovinos para abate), iniciativa que resultou na transformação na maneira de comercializar ovinos no Estado, deixa claro o potencial de crescimento da atividade.

No levantamento apresentado pelo Coordenador da Câmara Setorial, Fernando Reis, é possí­vel observar que o rebanho se mantém na média de 430 mil cabeças, segundo o IBGE, com dado mais atual publicado pela Agáncia Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal – IAGRO registrando 409 mil animais em todo Estado.

Os abates que vinham num crescente tiveram, devido a pandemia em 2020, uma desaceleração, ficando em 5.078 animais.

Em 2019 foram abatidos a maior quantidade de animais dos últimos cinco anos: 6.200 animais. Nos anos anteriores foram 5.151 (2018), 2.119 (2017) e 1.460 (2016).

Segundo Fernando, existem pontos favoráveis que dão perspectivas de um cenário bastante promissor. “Podemos apontar como o principal deles a profissionalização do setor, que tem aporte bem interessante da Semagro com os programas PROAPE Ovinos que concede incentivo fiscal í  produção e a própria PDOA, que possibilita o embarque coletivo, que incentiva a produção e reduz custos”, completou.

O pesquisador destaca ainda que, outro ponto que converge o setor para a profissionalização, é a assistáncia técnica. Nesse sentido ele destaca o trabalho que vem sendo realizado pelos parceiros, em especial o programa  ATeG – Ovinocultura, da Famasul/Senar-MS. “O programa que vinha numa crescente adesão foi impactado pela pandemia por seu viés de execução presencial, mas tem tudo para ser retomado com ampliação da procura e do número de produtores atendidos”.

Conforme explica Fernando, a formalização da atividade está diretamente ligada a este trabalho do Senar e a tendáncia é de um crescimento considerável para os próximos anos.

Na onda da expansão do setor, a demanda que permeia é a necessidade de que sejam viabilizadas outras plantas frigorificas em núcleos e regiões estratégicas do Estado. Hoje existem duas plantas abatendo apenas na capital.

Na perspectiva da Câmara Setorial é preciso trabalhar para evitar o envio de animais vivos para fora do Estado. O abate interno gera receita para o Estado e pode manter e ampliar os postos de trabalho.

“Em resumo, o apoio governamental e a assistáncia técnica especializada serão fundamentais para alavancar a Ovinocaprinocultura no Mato Grosso do Sul nos próximos anos e nós trabalharemos para que isso aconteça através das ações da Câmara Setorial”. Finalizou Fernando.

PDOA

Criado por profissionais Sul-mato-grossenses com o propósito de solucionar um dos maiores entraves í  ovinocultura na região – a comercialização – a  PDOA  revolucionou o comércio de animais para abate no Estado. Reflexo de sua eficiáncia são os estudos realizados pelo próprio Ministério da Agricultura com vistas a torná-lo modelo para todo Paí­s.

No local definido como PDOA, são recebidos animais vindos de diversas propriedades. Ali eles são identificados, apartados em lotes e embarcados juntos para o frigorifico que paga preço único, considerando o peso total entregue por cada produtor. O modelo, que traz ganhos reais para criadores e compradores de ovinos, foi responsável por um crescimento considerável da produção em Mato Grosso do Sul, desde sua implantação.

Outro aspecto favorável é que a PDOA, inicialmente criada para atender a questões externas í  propriedade rural, também tem possibilitado um trabalho de melhoria na criação “dentro da porteira” e a conscientização por adoção e uso de tecnologias.

Desde 2013 a PDOA funciona na Fazenda Nossa Senhora Auxiliadora, em Campo Grande (MS), sob a coordenação da médica veterinária Ana Cristina Andrade Bezerra.

Câmara Setorial

A Câmara Setorial Consultiva da Ovinocaprinocultura é gerida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) e tem como parceiros: o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Senar/MS, Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Ovinos (Asmaco), Embrapa e Universidades. Além disso conta com o apoio da Agáncia de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e Agáncia Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).

Fonte: 

Fonte: Kelly Ventorim/ Semagro

2021-02-10 08:21:00

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