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Em sete meses, 87 pessoas são executadas na fronteira do Brasil com o Paraguai

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A região de fronteira entre o Brasil e Paraguai, conhecida pelas grandes apreensões de drogas, volta a ganhar destaque, agora em razão dos casos recentes de execuções (leia mais sobre os crimes abaixo). Nos sete primeiros meses deste ano, entre 1º de janeiro e 31 de julho, 87 pessoas foram executadas, segundo autoridades de segurança dos dois paí­ses.

Uma fonte do G1, relacionada í  segurança pública na região fronteiriça, que terá a identidade preservada, explicou que cada morte chega a ter em média 30 disparos. Assim, somando todos os óbitos, o número de disparos pode chegar a 2.610, sejam essas efetuados por fuzis e pistolas.

A secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que nos sete primeiros meses de 2021, 53 pessoas foram executadas do lado brasileiro. Já em 2020, no mesmo perí­odo, foram 39 execuções.

Imagem: Reprodução/G1MS

Os crimes abrangem 10 muní­cipios sul-mato-grossenses que fazem fronteira seca com cidades paraguaias.

Imagem: Reprodução/G1MS

Já do lado vizinho, conforme a polí­cia paraguaia, nesse mesmo perí­odo, 34 pessoas foram mortas por ;matadores de aluguel;, além de 21 corpos encontrados, que estão sendo investigados e não receberam atribuição a algum crime. Esses últimos, as autoridades não informaram se foram mortos por tiros. Referente ao ano passado, não foi informado o número de mortes.

O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Videira, informou ao G1 que o número de mortes na região de fronteira é decorrente do ;prejuí­zo que o tráfico de drogas tem experimentado com o aumento de apreensões. Sendo que nos 7 primeiro meses de 2021, são mais de 480 toneladas de entorpecentes apreendidos;.

;Com esse prejuí­zo, alguns traficantes buscam repor seus recursos com roubos a outros traficantes em busca de uma fonte mais rápida de recurso. Quando acontece uma sequáncia de roubos, isso gera uma sensação de insegurança e também um clamor público, o que faz com que a secretária de segurança fortaleça a estrutura da segurança pública na região com muita gente de fora;, explicou.

Ainda de acordo com o secretário, com o reforço policial nesses pontos, o crime organizado entende que isso irá atrapalha ainda mais os ;negócios;. Videira ainda acrescenta que ;eles [crime organizado] fazem acepção de pessoas que praticam o crime, com a punição de morte e muitos, ainda deixam recados próximo aos corpos com nomes de quem poderá ser a próxima ví­tima, ou seja, são traficantes matando traficantes;.

;O que tem em comum entre essas mortes? O recado é de que as pessoas estariam praticando roubo. Corta a mão, atrocidades, esquarteja e morte com vários tiros – é uma estratégia de guerra. Olha se continuar roubando na fronteira, vai continuar morrendo. São traficantes eliminando assaltantes por que estes estão trazendo prejuí­zos milionários;, ressaltou o secretário.

Videira ainda explicou que não pode informar o número de policiais que atuam na região por motivo de segurança, mas por conta da atual situação, a fronteira teve um novo reforço policial, recente. Referente ao paí­s vizinho, o secretário ainda ressaltou que há um trabalho em conjunto principalmente na área de inteligáncia entre os dois paí­ses.

Já a equipe de investigação, da Polí­cia Nacional do Paraguai, até a publicação desta reportagem, não retornou aos questionamentos do G1, referente a situação das execuções do lado paraguaio.

Fonte: Flávio Dias, G1 MS

2021-08-04 06:24:00

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