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Com primeira mulher na disputa, indígenas da maior reserva de MS escolhem novo capitão

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Eleições para mandato de quatro anos acontecem na Aldeia Jaguapiru nesta segunda-feira (20) e tám seis chapas inscritas.

Indí­genas da Jaguapiru, durante ritual religioso – Foto: Marcos MorandiMoradores da Aldeia Jaguapiru, que integra a maior Reserva Indí­gena Federal de Mato Grosso do Sul, vão í s urnas nesta segunda-feira (20). Nem mesmo as inúmeras demandas que atravessam décadas são suficientes para afastar os interessados em assumir o cargo de capitão pelo perí­odo de quatro anos.

Entre as seis chapas já registradas, está a do atual capitão da Aldeia Jaguapiru, Izael Morales. Com Edilene da Silva como vice, ele disputa a reeleição. A novidade do pleito é a candidatura de Nilza Meireles. Ela é a única mulher a concorrer ao cargo e faz dobradinha com Zoroastro Almirão.

Os demais concorrentes são Valdineis Ramirez e Queila Viana; Jaime da Silva e Nivaldo da Silva; Tércio Machado e Ortega Ossuna; Ramão Fernandes e Ivan Cléber. A reportagem do Midiamax apurou que inicialmente haviam nove chapas inscritas, entretanto, trás não conseguiram fazer os registros das candidaturas.

Junto com a Aldeia Bororó, que em outubro deste ano elegeu Reinaldo Arevalo e Alex Rodrigues, com 1.797 votos, em substituição a Gaudáncio Benites, a Jaguapiru é responsável por uma população que totaliza mais de 18 mil moradores.

Sem água potável suficiente para consumo diário, os moradores da Reserva Federal de Dourados vivem problemas considerados estruturais, como falta de saneamento básico e também de alimentos — que ainda estão distantes de serem solucionados.

“Temos atualmente uma reserva praticamente encravada dentro da cidade com caracterí­sticas peculiares e culturais, convivendo com demandas urbanas da própria cidade, uma vez que as aldeias estão distantes apenas uns cinco quilômetros do centro da cidade”, explica Fernando  Souza, um dos lí­deres da reserva.

Segundo o lí­der, que acompanha de perto os problemas enfrentados pelas duas aldeias e também pelas comunidades que vivem no entorno das retomadas (assentamento), a reserva, apesar de ser uma realidade, tornou-se invisí­vel ao longo dos anos. “Na verdade, essa população existe e não pode ser ignorada. São mais de 7 mil pessoas com direito a voto somente em Dourados”, pondera.

Ainda de acordo com Fernando, a Reserva Federal é também parte integrante da economia local. Segundo ele, os recursos federais que giram em torno das aldeias, além dos salários oriundos dos serviços prestados em empresas locais por moradores dessas comunidades, são aplicados no comércio local.

Fonte: Midiamax

2021-12-20 16:17:00

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