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Aumento de crimes contra a mulher em MS marca primeiro mês de 2022

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Um iní­cio de ano doloroso para quem luta por respeito todos os dias.

Marta Gouveia e Rosiclei Paredes mortas por feminicí­dio – (Foto: reprodução/ redes sociais)

Um levantamento estatí­stico desenvolvido pela Polí­cia Civil do Mato Grosso do Sul apontou uma queda nos casos de feminicí­dios em 2021, comparado a 2020. Contudo, somente no más janeiro, o Estado registrou diversos casos de crimes contra mulher. Um iní­cio de ano doloroso para quem luta por respeito todos os dias.

CASOS

No dia 15 de janeiro, uma mulher foi assassinada pelo marido na frente da filha de quatro anos, no municí­pio de Anastácio, a 122 km de Campo Grande. Seu nome era Mariana de Lima Costa, 29.

A mulher que levou uma machadada no lado esquerdo do crânio, foi atacada em sua residáncia, e ali ficou até o dia 17, quando o autor do crime se entregou í  polí­cia na Capital, após fugir com a filha.

Foto: Divulgação

Neste mesmo dia (15), Marli Fonseca Tavares, 38, morreu. Ela foi agredida por seu companheiro no Natal (25/12), deu entrada no Hospital Municipal de Sete Quedas, a 471 quilômetros de Campo Grande, no dia 29, e após alguns dias internadas, faleceu. Os sinais eram de violáncia doméstica.

Assim como Marli, no dia 22 de janeiro, uma mulher de 53 anos, sofreu feminicí­dio. Seu nome era Rosiclei Paredes. Ela foi estuprada, morta a facadas, e jogada numa fossa. O crime aconteceu na cidade de Bandeirantes, a 70 km da Capital. O autor do crime foi preso na manhã do dia 24, quando confessou o crime í  polí­cia, alegando ter perdido a cabeça após uma discussão.

Rosiclei Paredes – (Foto: Reprodução/Facebook)

Um dia após ser encontrado o corpo de Rosiclei, outra ví­tima do feminicí­dio foi achada. A ciclista Marta Gouveia 37, levou 30 perfurações no corpo, sendo que 24 foram no pescoço, e as outras seis na região da cabeça, segundo informações do Instituto Médico Legal (IML).

Marta Gouveia – Foto: Redes Sociais

Marta estava desaparecida desde a manhã do domingo (23). Seu corpo foi encontrado por amigos í s 16h30, perto do anel viário. Dentre os sinais no corpo da ví­tima, foram encontrados indí­cios de crime sexual.

Além dos feminicí­dios registrados, houve casos de violáncia doméstica, estupro, e agressão apontados por todo o Estado.

No dia 02 de janeiro uma grávida de seis meses foi socorrida após ser derrubada e agredida pelo marido. Seu nome não foi divulgado, a jovem tem 19 anos e foi socorrida por uma unidade de saúde. O agressor foi preso em flagrante, e o crime foi qualificado como violáncia doméstica.

Neste mesmo dia (02), um homem de 43 anos foi preso em flagrante depois de invadir uma festa no Jardim Inápolis, na Capital, onde agrediu sua ex-namorada de 28 anos. Ele também a ameaçou de morte, e deu uma facada em sua perna.

No municí­pio de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, uma mulher de 27 anos foi agredida com inúmeros socos no rosto no dia 03. O autor foi seu companheiro de 23 anos. A ví­tima teria pedido para o esposo parar com o consumo de bebida alcoólica.

Em Coxim, a 253 km da Capital, no domingo (09), uma mulher de 35 anos, com deficiáncia intelectual foi estuprada. Ela desapareceu de madrugada. A ví­tima foi levada para a Colônia de Pescadores por um homem, de 48 anos.

Nesta Colônia, a mulher foi estuprada pelo autor e por outros homens. Durante as investigações e a prisão de um dos autores, a polí­cia apreendeu celulares. Nos aparelhos, foram encontradas várias mensagens obscenas.

No dia 11, em Cassilândia, a 430 km de Campo Grande, uma mulher de 41 anos foi socorrida ensanguentada, após ser esfaqueada pelo ex-marido de 33 anos. Ele acabou preso em flagrante.

Foto: Freepik

Na semana passada, 20 de janeiro, uma mulher de 43 anos procurou a Delegacia Especializada de Atendimento í  Mulher (Deam) para relatar que foi ví­tima de estupro e roubo no dia 19, na Avenida Cônsul Assaf Trad, na Região da Mata do Jacinto aqui na Capital.

O depoimento trouxe que a ví­tima foi arrastada pelo bandido até um terreno baldio. Ele disse que foi contratado para matá-la, ordenando que passasse o celular. A ví­tima o entregou, quando o homem completou: ;Agora vai ter que me pagar, tira a roupa”. Momento em que ocorreu o estupro.

Nesta semana, no dia 25, um homem de 49 anos foi levado para a delegacia do municí­pio de Trás Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, após agredir a esposa grávida de 8 meses.

A mãe da ví­tima foi quem acionou a polí­cia por volta das 18:40h, quando a filha buscou ajuda depois de ser agredida pelo marido, que chegou í  residáncia do casal embriagado e ao saber que só tinha arroz e feijão para o jantar ficou irritado e bateu na mulher.

Foto: Divulgação

Esses e outros crimes de violáncia contra mulher poderiam ter acabado em feminicí­dio.

Existem dois números para contato, para denúncia imediata. O 180, que garante o anonimato da pessoa que telefona, e o 190.

Vale ressaltar que a Central de Atendimento í  Mulher (180), é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para vários serviços da rede de enfrentamento í  violáncia contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergáncias.

Ligações para o 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. Funciona 24 horas, 7 dias por semana, também aos finais de semana e feriados.

Fonte: Morris Fabiana e Nathalia Alcântara/ A Crí­tica

2022-01-28 10:06:00

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