Governo do Estado lançou campanha para combater violáncia contra mulher na segunda-feira (01).
A 6ª edição da Campanha Agosto Lilás foi lançada pelo governo de Mato Grosso do Sul na tarde desta segunda-feira (1º), no auditório do Sebrae-MS, em Campo Grande. Reunindo autoridades de todo Estado e líderes ativistas, a ação tem como objetivo divulgar a Lei Maria da Penha e os serviços especializados da rede de atendimento í mulher.
De acordo com estatísticas da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), só neste ano, já foram registrados 24 feminicídios em Mato Grosso do Sul, sendo seis deles em Campo Grande. Em relação ao número de violáncia doméstica, foram 11.067 nos sete primeiros meses do ano, o que representa, em média, cerca de 52 vítimas por dia. Só na Capital, foram 3.973.
A subsecretária estadual de políticas públicas para mulheres, Rosana Fernandes Leal, apontou que dos 79 municípios do Estado, 52 possuem coordenadorias voltadas para a implementação dos direitos das mulheres.
âNós falamos de combate a violáncia doméstica todo santo dia e a gente sabe dos índices expressivos, mas é um trabalho de formiguinha. Esse ano infelizmente já tivemos 24 feminicídios e é crescente o número de violáncia doméstica, mas quanto mais se faz campanhas como essa, mais mulheres se informam e o número de mulheres que denunciam tende a crescer. Esse é o intuito do Agosto Lilás, que toda mulher sabe que violáncia contra mulher é crime e onde procurar ajuda, a gente sempre fala para ligar no 180 se tiver uma denúncia, mas se vocá tiver em perigo iminente, ligue no 190â, ressaltou Rosana.
Também foram entregues os certificados do Selo Social âPrefeitura Amiga da Mulherâ í s prefeituras que foram exemplo no combate a violáncia doméstica: Amambai; Batayporã; Chapadão do Sul; Corumbá; Ivinhema; Jardim; Maracaju; Naviraí; Rio Brilhante; São Gabriel do Oeste e Trás Lagoas.
Em Baytaporã, a iniciativa que tornou o município exemplo foi um grupo de apoio criado para que vítimas de violáncia doméstica compartilhassem experiáncias com outras vítimas.
âNós fizemos um grupo no CRAS que reúne as mulheres além do atendimento psicológico e assistente social. A gente teve a ideia de juntar essas mulheres para compartilhar uma experiáncia com a outra, são grupos comandados pela psicóloga e isso surte um efeito muito bom, tivemos trocas importantes, í s vezes uma dificuldade que uma mulher estava passando, a outra que já tinha passado e tinha condição de incentivarâ, explicou o prefeito Germino da Roz Silva (PSDB).
Em Jardim, além de um canal no WhatsApp exclusivo para denúncias, o município também aposta em cursos de capacitação para proporcionar independáncia financeira í s vítimas.
âNós trabalhamos em rede, quando entra um novo caso nós descobrimos qual a necessidade dela e já fazemos um encaminhamento necessário. Esses casos sempre existiram, mas hoje com os incentivos de políticas públicas para as mulheres elas estão com mais coragem para denunciar. Através da assistáncia social também estamos inserindo no mercado de trabalho, dando cursos, porque a primeira porta de saída da violáncia contra a mulher é a independáncia financeira, então quando ela consegue uma renda elas conseguem sair desse ciclo de violánciaâ, enfatizou Clediane Areco Matzenbacher (DEM).
Denuncie – O Ligue 180 é um canal de atendimento í mulher que funciona 24 horas por dia, é gratuito e confidencial. í possível enviar denúncias e esclarecer dúvidas sobre os diferentes tipos de violáncia aos quais as mulheres estão sujeitas.
Também é possível acionar o Disque Direitos Humanos, pelo número 100. Nos casos onde a vítima está em perigo iminente, é recomendado acionar a Polícia Militar pelo 190.
Mesmo se a vítima não registrar ocorráncia, vizinhos, amigos, parentes ou desconhecidos também podem utilizar o Ligue 180 ou ir a uma delegacia para denunciar uma agressão que tenham presenciado.
Fonte: Gabrielle Tavares/ Campo Grande News
2022-08-02 08:06:00