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Estudo do Ipea aponta o protagonismo de MS na sustentação do projeto da Bioceânica

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Imagem: DivulgaçãoEstudos e novos cenários desenhados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com a participação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), apontam o protagonismo do Estado na estruturação e concepção da Rota Bioceânica, interligado o Brasil com o Paraguai, Argentina e Chile pelos oceanos Atlântico e Pací­fico. O envolvimento ativo do Governo do Estado foi citado como fundamental na resiliáncia do ambicioso projeto.

No resumo do diagnóstico apresentado no Fórum Internacional do Corredor Bioceânico, realizado de 22 a 25 de novembro em Antofagasta (Chile), o pesquisador do Ipea Pedro Silva Barros observa que desde 2017 os projetos de integração de infraestrutura da América do Sul foram paralisados, exceto a do Corredor Bioceânico entre Porto Murtinho e o litoral chileno – que nasceu em um momento de desintegração econômica-comercial no continente.

Delegação de prefeitos de MS cruzando o Deserto do Atacama numa viagem de quase 4 mil km (Foto: Sí­lvio de Andrade)

“O principal argumento é que essa perenidade se explica pelo poder de atração da demanda da região ísia-Pací­fico, notadamente a China, e pelo envolvimento ativo dos governos subnacionais em estabelecer a agenda junto aos governos centrais do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Analisa-se com especial atenção a atuação do governo de Mato Grosso do Sul, único estado da Federação diretamente envolvido no projeto”, desta Barros.

Protagonismo do Estado

O projeto do corredor foi formalizado em 2015 com a criação do Grupo de Trabalho (GT), que tem se reunido sistematicamente, apesar “do desmantelamento de organizações regionais e seus respectivos órgãos e a fragmentação polí­tica entre os paí­ses”, segundo o diagnóstico. “Tem havido significativos avanços e Mato Grosso do Sul vem adotando uma postura mais ativa em relação í  integração regional e aos temas de polí­tica externa em geral”, sinaliza.

A visão do Ipea corrobora com a posição do governador Reinaldo Azambuja de desenvolver a extensa faixa de fronteira e promover a integração fí­sica com os paí­ses vizinhos. As articulações polí­ticas do governador com os governos brasileiro e paraguaio, nos últimos anos, foram imprescindí­veis na formalização dos acordos binacionais, dos quais nasceu o projeto de construção da ponte internacional sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta.

Prefeitos de Porto Murtinho, Nelson Cintra, e de Nioaque, Valdir Couto Júnior, com o pesquisador do Ipea Pedro Silva Barros (Foto: Sí­lvio de Andrade)

Desta forma, o Ipea observa que o corredor Atlântico-Pací­fico é o único projeto de infraestrutura que conta com duas declarações presidenciais, com Mato Grosso do Sul, em posição estratégica por localizar-se no coração continental, assumindo seu envolvimento direto como protagonista, “enquanto nos demais paí­ses (Paraguai, Argentina e Chile) participam trás ou mais entes subnacionais (regiões, departamentos e proví­ncias).”

Interesses pragmáticos

“Na polí­tica externa recente – aponta o estudo -, o Mato Grosso do Sul tem papel relevante nas principais agendas do governo. Atualmente, é um dos estados com maior peso nas relações Brasil-China, que em 2020 respondeu por 45% das exportações do Estado. “Nesse sentido, a influáncia desse Estado serve como contrapeso aos setores notadamente anti-China do governo brasileiro”, completa, destacando o apoio da bancada federal.

O diagnóstico destaca ainda as mudanças do eixo comercial e na percepção dos agentes econômicos, assim como interesses pragmáticos dos polí­ticos do Estado. “A própria agenda do Estado encontra eco nos ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura. Há envolvimento de senadores, ministros, conselheiros e representantes das universidades, que faz com que a agenda discutida no GT atenda as principais reivindicações logí­sticas e comerciais”, analisa.

Em relação í  rede de universidades (Unirila), uma das comissões do GT, “o protagonismo e respaldo institucional de Mato Grosso do Sul se evidencia”, segundo o Ipea. A rede é composta por 12 universidades dos quatro paí­ses, sendo seis brasileiras, todas de Mato Grosso do Sul. Partiu da UEMS, a iniciativa de redigir o estatuto, criar o website da rede e de oferecer um curso de pós-graduação lato sensu em Transporte Logí­stico e Direito Aduaneiro.

Fonte: Subsecretaria de Comunicação – Subcom

2022-11-30 08:06:00

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